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Encontros, reencontros e desencontros


O que vem a ser um encontro? Ou melhor, perguntando o que vem a ser um reencontro? Essa pergunta está martelando o meu juízo, na verdade a pergunta deveria ser o que caracteriza um encontro e um reencontro? Afinal há várias formas de se caracterizar um encontro nos dias atuais, há quem goste de encontros à moda antiga, há quem prefira os encontros às cegas e há quem goste dos encontros virtuais. Uma coisa eu sei que encontros e reencontros e às vezes desencontros podem ser muito bons.
            Mas a minha dúvida persiste, o que caracteriza um encontro? E agora irei revelar a vós a razão da minha inquietação.
            Tudo começou quando eu era apenas uma alma recém desencarnada do mundo do ensino médio, uma alma ansiosa para encarnar no mundo dos universitários, e durante a minha sofrível existência no purgatório, que eram os cursinhos, afinal eu tentava ano após ano passar no vestibular sem sucesso. Como se já não bastasse eu sofrer frustração após frustração e penitentemente rever as mesmas aulas dos cursinhos, as mesmas piadas e as mesmas caras dos professores eu tinha que agüentar o falatório repetitivo de meu algoz, minha mãe. A única coisa que aliviava e a única coisa de novo eram os rostos dos amigos que encontrava nas salas do cursinho.
            E dentre aquelas penitentes almas que ali vagavam naquele limbo educacional, uma me chamou a atenção, por um simples fato, eu nunca a tinha visto, contudo eu sabia tanto de sua rotina quanto ela sabia da minha, mesmo sem nos vermos ou mesmo morarmos na mesma cidade.
            Minha mãe trabalhava na cidade dessa pobre alma ansiosa por passar no vestibular e toda semana, dia após dia, ela comentava que Sandraelane estudava cerca de 12 horas por dia de domingo a domingo em casa, o quanto ela era inteligente, destemida e confiante, por mais que eu me esforçasse minha mãe dizia que ela fazia mais.  Eu com meu orgulho ferido por ter perdido o amor da minha mãe para uma menina que eu nunca tinha visto tentava estudar e me esforçar mais.
            Quando o resultado do vestibular saiu o primeiro nome que fui procurar na lista de aprovados foi o de Sandraelane, quando eu não vi o nome dela na lista vibrei, vibrei com toda a força de minha existência, com tanta satisfação como se eu tivesse passado no vestibular, eu também não passei naquele ano, mas uma coisa era certa, eu não teria que passar por aquilo de novo sozinho.
            E mais uma vez eu tive que encarar minha penitência cármica. E no segundo semestre do ano seguinte estava lá eu de volta a minha sofrível existência patética, quando por um momento eu senti algo diferente, como se uma alma desgarrada encontrasse o feixe de luz que a levaria para realizar a passagem para o tão sonhado outro plano. Durante uma aula de Geografia Geral, o coordenador do cursinho veio anunciar um recado a uma aluna por nome de Sandraelane, quando meus ouvidos captaram aquele som familiar senti um misto de emoção seria medo, ansiedade, desejo? Até hoje não sei o que senti quando ouvi aquele nome, afinal ela era a minha “arquiinimiga”, eu tinha perdido o posto de queridinho da mamãe para ela.
            Da mesma força cármica que torturava a minha existência descobri que a menina que sentava ao meu lado e que era uma grande amiga minha a conhecia, e naquele momento eu pude conferir se era ela mesma, chequei para que faculdade ela iria prestar exames, da cidade que ela veio, idade, CPF tudo que vocês possam imaginar, a única coisa que não pude descobrir foi como ela era, afinal de contas eu fui, sou e sempre serei o mais baixo dentre as pessoas que estão ao meu redor, e por esse detalhe eu não pude ver o rosto dela.
            Então eu pude e tive que esperar até o dia seguinte para conhecê-la, afinal esperar era o que eu sabia fazer melhor depois de estudar.
            No dia Seguinte eu cheguei cedo ao cursinho para recepcioná-la, quando ela chegou eu estava na porta da sala que estudávamos então essa minha amiga disse a mim, Iata é ela!
            Confesso a vocês que fiquei nervoso e meio sem jeito e sem nexo iniciei a conversa com ela e durante a conversa que tivemos, ela disse que sabia quem eu era, ela sabia o meu nome só que não tinha certeza se eu era o mesmo Iata que ela tanto ouvia falar.
            E durante a conversa ela disse que a minha mãe quase que diariamente fazia o mesmo terrorismo com ela e que ela meio que me admirava e me odiava tanto quanto eu a ela.
            Hoje nós somos bons amigos, uma amizade que vai mais de 10 anos.
            Durante os meus treinos de Aikidô, meus sensei sempre me diziam para relaxar, eu apenas imaginava que era relaxar externamente e só. Após alguns anos de prática eu pude perceber que relaxar o meu corpo era o começo da estrada para aprender a relaxar o meu espírito, o meu emocional, o meu interior. Pois quando estamos tensos ou nervosos não conseguimos ver o ambiente e a realidade de maneira integral.
            Relaxar e sempre é assim que vamos longe!
           

            Depois de mais algumas tentativas passamos no vestibular, não mais para o mesmo curso eu preferi seguir o caminho da Psicologia e ela o da Medicina, cada um feliz da vida no caminho que escolheu.

            Alguém sabe dizer se nós tivemos um encontro ou um reencontro?
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Diz-me como amas e te direis quem és.



            Uma das minhas propostas para este blog é falar de coisas que podem ser ou não essenciais para mim e se eu tiver sorte para vocês, mas até agora eu não falei diretamente, sobre uma coisa que dentre as que são essenciais para nós ela ocupa o primeiro lugar, que é o amor.
            A semana santa acabou, segundo o calendário, que pra mim toda semana é santa. Então, a semana santa acabou e para mim, semana santa está diretamente ao amor e tudo que ele pode superar e tudo que podemos superar através do amor. O amor faz milagres! rs.
E por onde eu olho vejo pessoas apaixonadas, pessoas que amam e não sabem se expressar, pessoas que amam e têm preguiça de demonstrar que amam, pessoas que amam caladas, pessoas que amam e não dão o braço a torcer, amores de todos os tipo e das mais variadas formas de expressão.
            Outro dia, na cama a minha amada esposa me perguntou como eu conseguia ter paciência com ela, eu simplesmente, parei, respirei e disse: Ah por que eu amo você. Parece até ser meio piegas, meio não, totalmente piegas, mas o amor é assim piegas, o amor é brega, o amor gostoso é assim exagerado e intenso, mesmo que a sua forma de expressão seja de uma maneira discreta, mesmo que essa discrição seja apenas entendida pelos amantes.
            Outro dia eu ouvi um psicanalista que eu gosto muito falar que o amor é filho da angústia, isso pra mim soou estranho após algumas poucas palavras eu pude perceber o quanto ele estava certo e o quão bonito soava dizer aquilo. Quando ele disse aquilo ele começou a falar que a angústia era o sentimento de falta de algum objeto, objeto esse que você não sabe o que é, mas que sente a sua falta, eu digo que é aquele vazio quando agente associa a solidão, que pesa no peito e quando alguém preenche tudo na vida da gente fica mais colorido.
            Há homens que quando têm a sorte de se ter o amor de uma mulher, não sabem como mantê-lo, e infelizmente é o que mais eu vejo, por causa disso vejo tantas mulheres magoadas e que acabam se fechando para amar de novo isso acontece por que muitas pessoas que acham e acreditam que o amor é para sempre, eu não acredito em um amor que dure para sempre, eu acredito que as pessoas podem se amar para toda a vida, ou para sempre, mas para isso elas têm que manter esse amor aceso, vivo, a capacidade de amar e reconhecer o amor é algo que está escrito em  meu código genético e acredito que no seu também, só que manter esse sentimento para apenas uma pessoa esse é o grande exercício.
            Quando a minha esposa pergunta para mim como é que eu conseguia ter paciência com ela não foi uma pergunta assim do nada, ela reconhece que eu aceito pacientemente todas as suas idiossincrasias numa boa, às vezes não é numa boa, eu tenho que respirar fundo, contar até 100, imaginar o meu lugar de paz e tranqüilidade e há momentos que nem fazendo isso consigo ser aquele poço de paciência, mas há algo em mim que supera todas essas técnicas que é o sentimento de amor que me faz lembrar o quanto cresci com ela, de todas as experiências que apenas experimentei com ela, o quanto eu me abri com ela, ela me conhece mais do que qualquer pessoa.
Quando encontramos uma pessoa em que podemos depositar nossas angústias e essa pessoa demonstra ter estrutura para lidar com nossas neuroses, nossos desejos e ainda continuar lá do nosso lado e nós podemos fazer o mesmo de volta, eu digo que você é uma pessoa de muita sorte e é preciso conquistar ela várias e várias vezes, a gente tem que usar a criatividade, senão a gente acaba caindo na mesmice, o amor se torna morno mesmo sendo demonstrado de uma maneira extravagante. O amor tem a ver com a exclusividade, é algo que apenas a outra pessoa vai se tocar. Mas que agente apenas faz isso quando estamos no começo do relacionamento e que depois não mais fazemos, por que acreditamos que conseguimos o amor daquela pessoa e ela será para sempre nossa.
Tem um trecho de uma música do Jack Johnson, Better Together, que diz assim:

Love is the answer at least for most of the questions in my heart
Why are we here? And where do we go? And how come it's so hard?
Traduzindo:
O amor é a resposta para a maioria das perguntas que estão em meu coração
Por que estamos aqui? E aonde vamos? E como isso ficou tão difícil?

Com amor as coisas se tornam mais fáceis de serem feitas, Hércules realizou as dozes tarefas fácil, pois havia amor em seu coração, Jesus suportou tudo o que tinha que suportar por que tinha amor em seu coração, eu suporto todas as TPM´s da Jacque, por que tenho amor no meu coração, você suporta todas as manias desagradáveis e chatas do (a) seu/sua amado (a) por que você tem amor no coração, conseguimos nos levantar todos os dias e enfrentarmos uma semana de situações desagradáveis por que temos amor no coração.

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Quem Merece Uma Segunda Chance?


Segunda Chance

            Será mesmo que todo mundo tem, realmente, direito a uma segunda chance?
            Eu quero acreditar que sim, eu até tento dar uma segunda chance, mesmo sabendo que aquela pessoa não mereça aquela chance, entretanto, estou percebendo que a pergunta que deveríamos fazer não é essa e sim essa, será que as pessoas que damos a segunda chance percebem que estão tendo uma segunda chance? Mesmo quando informamos que elas estão tendo uma segunda chance elas normalmente não agem diferente, não tentam reparar o erro.
            Antes de qualquer coisa, não estou falando de não darmos uma segunda chance, estou falando das pessoas que têm essa segunda chance e não reconhecem tal oportunidade, e para ilustrar para vocês, vou contar-lhes uma historinha sobre segunda chance.
            O nome dos personagens foi modificado para preservar a identidade dos envolvidos, apesar de ter toda vontade do mundo em dizer o nome de um dos personagens, mas manterei em segredo para preservar principalmente a minha pessoa de futuros processos.
            Certo dia após um almoço maravilhoso regado a muito Nestea sabor pêssego, San saiu para ir ao banco fazer um pagamento, inesperadamente, ele se depara com sua afobada amiga, Ana Jurema, e conversa vai, conversa vem, San diz que tem que ir ao banco e não poderia ficar mais conversando com Ana Jurema, inesperadamente e de uma maneira muito afobada, Ana Jurema implora que San a empreste certa quantia para ela, San decidiu ajudar a afobada jovem, afinal de contas o dinheiro não lhe faria falta e ele sempre ajuda as pessoas que gosta quando tem oportunidade.
            Ana Jurema, extremamente feliz diz ao amigo que no dia seguinte ela o pagaria, ela depositaria em sua conta o dinheiro, dias se passaram, semanas até, e nenhuma resposta de Ana Jurema, até que San se cansou de esperar pelo menos uma notícia da Velhaca, ele entra em contato com ela, ela envergonhada diz que o irá pagar no dia seguinte e pede que ele lhe dê uma segunda chance, então San, ingenuamente a dá a segunda chance, e no outro dia como por encanto, Ana Jurema some da face do planeta.
            Apesar do exagero dessa historinha ela é verídica e bem atual, a segunda chance existe para que possamos fazer a nossa história melhor, corrigir os erros ou não repeti-los, é a chance para que possamos ser pessoas melhores, se não for com esse objetivo, para quê termos a segunda chance.
            Acredito que antes de darmos uma segunda chance é analisarmos em nossos corações se somos dignos de pedir uma segunda chance, pois não estaremos sendo falsos com a pessoa a quem pedimos clemência, estaremos sendo falsos com nós mesmos.
            Por isso que Jesus contava as suas lições por meio de parábolas, para quem tivesse ouvido não ouvisse. É o não dar pérolas aos porcos.

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