A Face Oculta
It's the dark side of the moon, When I see your face in black.
Quando eu era solteiro e acadêmico de psicologia eu sofria um pouco quando eu me aproximava, não espacialmente, de alguém e me apresentava, depois das piadinhas com o meu nome e de acharem que eu tinha alguma descendência oriental e dizia que era estudante de psicologia as pessoas sempre achavam que eu estava analisando-as, ficavam com um certo medo. E medo de quê esse povo tinha de mim? Feio eu não sou, até que sou engraçadinho, mas até que um dia eu conversando com uma menina ela disse que não confiava muito em mim, achava que eu tinha o poder de manipulá-la, pelo fato de eu estudar o comportamento e a mente humana eu poderia usar isso a meu favor, para conseguir as coisas das pessoas.
Confesso que eu nunca fiz isso até aquele momento, brincadeirinha, eu nunca fiz, mas a partir daquele dia eu comecei a prestar mais atenção a essa aptidão que desenvolvi durante a faculdade. Mas não é sobre isso que eu quero conversar com vocês hoje, até por que eu não quero me complicar aqui, e sim sobre os segredos que guardamos ou carregamos e que às vezes não são tão bem guardados assim, basta ter uma atenção um pouco mais trabalhada que consegue perceber algumas coisas.
Jung descreve em sua teoria um arquétipo que de tão forte se tornou uma estrutura independente de nosso psique que a Sombra, nessa estrutura estão armazenados todos os nossos impulsos e instintos primitivos, alguns comportamentos não aceitos em nossa sociedade que os escondemos com algumas máscaras que são parte de outra estrutura que é Persona. Freud também fala que os nossos impulsos primitivos, nossos desejos estão armazenados ou fazem parte de uma instância chamada Id e esses impulsos e desejos são regulados pelo nosso Superego que seria a nossa censura.
Há alguns anos atrás quando... não interessa quando... Eu estava conversando com um amigão meu, o Emanuel e ele falou uma coisa que marcou a minha existência que foi: Luc, Eu sou seu pai. hahaha claro que não foi isso. Ele disse: o mais difícil de ser cristão é em casa, quando não há ninguém olhando para você. Essa preocupação com a opinião do outro é tão forte em nossa existência que isso gera um desconforto em cada um de nós, como o de ser aceito por nossos pais e depois por seus substitutos . E esse ser aceito causa uma angústia em cada pessoa, faz parte de nossa realidade, faz parte do ser humano. Graças a essa angústia é que nossa sociedade não é uma sociedade anarquista.
Mas alguns desses segredos nos causa mal, tornam nossas neuroses muito mais pesadas e fortes do que conseguimos lidar, mas e se eu ao invés de ignorá-los e reprimi-los? eu os enfrentasse e reutilizasse ao meu favor não poderia ser melhor para mim? Acredito claramente que sim, porém é uma tarefa difícil, quando adolescente eu gostava de escrever alguns textos para expressar a minha raiva, tristeza, alegria as minhas paixões, porém nunca quis mostrar a ninguém e hoje eu tenho o meu blo...ops! hahaha tenho a minha terapeuta e aposentei o meu caderninho. Não vão pensando que este texto é um desabafo por que não é? (Tenso)
E aí eu pergunto: o que faz você, uma pessoa inteligente, assistir diariamente um programa como o BBB? Não me venham dizer que você é um curioso do comportamento humano quando este está confinado, por que sei q não é, sei que vocês adoram bisbilhotar a vida alheia, olhar a vida alheia talvez faça com que a nossa vida pareça menos bizarra e mais leve e até a desgraça do outro nos torne até melhores, claro se alguém é mais desgraçado do que você, você está numa boa, porém se alguém tem condições melhores que a sua, o desgraçado da história é você e é por isso e outras coisas que escondemos tantos segredos, para não nos sentirmos mal.
E o que você esconde? O que é que você joga para debaixo da cama? Isso é uma metáfora, ok? Não vá contar os seus segredos nos comentários deste texto, mas eu adoraria alguns comentários depois que você ler esse texto.
Alguns de nossos segredos são traumas ressentidos, esses ressentimentos como a própria palavra descreve são sentimentos que são sentidos de novo, e de novo, e de novo, e de novo, e de novo, e de novo, e de novo, e de novo e de novo. Se eu continuasse com essa repetição de palavras eu nunca chegaria a uma conclusão para o texto de hoje, então a vida da pessoa ressentida é da mesma forma.
Há uns anos atrás eu fiquei magoado com uma pessoa, fiquei muito triste mesmo, com muita raiva também e isso durou um longo tempo, contudo certo dia eu pensando comigo mesmo, foi num dia ocioso, eu pensei e descobri que eu não tinha raiva dessa pessoa o que na verdade eu tinha era uma obrigação de ficar com raiva dessa pessoa, o que eu não percebia era que a minha vida toda estava baseada (adoro essa palavra é muito engraçada) em manter aquele sentimento aceso, mesmo quando não havia mais necessidade.
E agora eu pergunto a vocês: Não é incrível, para não dizer bizarro, que nos apegamos e não queremos largar de sentimentos como o ódio e a raiva, mesmo quando não há mais motivo para odiar? E nos desapegamos fácil, fácil de sentimentos como o amor? “Querida, eu não sinto mais amor por você vamos temos que nos separar.”
Putz! vai ser complicado assim lá em Brasólis. O que acontece é que não temos a capacidade de ver que mantendo esses sentimentos travados e “escondidos” estamos amarrando a nossa vida, impedindo de que ela siga o seu caminho natural, estamos dizendo não a vida, à propósito há um filme, uma comédia estrelada por Jim Carrey chamada Sim, senhor! Eu recomendo que vocês assistam.
Se você se identificou com algo que eu disse no transcorrer de minhas palavras acredito que alguém deve está pensando, ou melhor, se perguntando: Iata, e como faço para não ser uma pessoa ressentida? Não sei, aliás, sei, mas não é e nem há uma receita de bolo, contudo o primeiro passo é admitir que você tem esse sentimento ressentido e que ele está te prejudicando ou não, seja franco consigo mesmo, o segundo passo é procurar um psicoterapeuta, lógico que sim, não há profissional melhor para trabalhar com você essas questões e não livro de autoajuda, livro autoajuda só diz o que você quer ouvir e não o que você precisa ouvir e precisa descobrir é um livro idiota que só faz os escritores ganharem dinheiro nada mais.
Você poderia começar a olhar para dentro ou debaixo da sua “cama” e ver o que você tem guardado e separar aquilo que você pode utilizar e aquilo que for démodé ou não servir você pode jogar fora ou substituir, pelo quê eu não sei e nem me interessa deve interessar a você primeiro, mas se você quiser compartilhar manda um e-mail para manter a coisa mais em segredo, mas se você quiser escancarar mesmo e sair do armário, ops, metáfora errada hahaha, e quiser tirar os esqueletos de dentro do armário faça!
Reconhece a queda e não desanima. Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima
Quero a gradecer ao meu amigão Felipe pelas conversas longas e agradáveis regadas a uma Cerva gelada, na época que eu bebia, rs, e pela sugestão. Ah Lipão, o desafio que te fiz ainda está de pé!
4 comentários:
Marcinho (IBT)
Meu cara amigo Iata, na verdade têm-se muitas coisas embaixo da "cama", mas, algumas pessoas preferem ficar, também embaixo da cama... Porém, afirma-se que está atitude, não resolve o problema, contudo, concordo com você categoricamente, quando o mesmo afirmar: “você poderia começar a olhar para dentro ou debaixo da sua “cama” e ver o que você tem guardado e separar aquilo que você pode utilizar e aquilo que for démodé ou não servir você pode jogar fora ou substituir”. Portanto, temos que separar, dentre tantas coisas, essa separação deve ser de forma racional, consciente... para que em nem um momento ela, vem ser, revista... tendo em vista que fora de tal forma, isto é, LÓGICA.
Marcinho meu brother, valeu pela sua acertiva colocação, qdo vc diz que algumas pessoas preferem ficar debaixo da cama acredito que seja por causa do medo do novo e da mudança!
Afinal mudanças são difíceis porém boas
Bom dia meu caro amigo filosofo e estudante da mente humana, vou ter mais cuidado quando chegar perto de você, nunca se sabe quando você estará me analisando. kkkk brincandeira, primeiro lhe parabenizar pela iniciativa do blog alguem precisa levar as pessoas a refletir sobre a vida, sobre tudo, até mesmo poque não estamos aqui nessa vida pra carminhar sobre a terra e nem deixar um rastro que seja de nossas pegadas, nem que seja assim um rastro apagadinho, até mesmo porque nem todo mundo é peasado o suficiente como Eu (rsrs) para afundar na areia da praia.
" Todos nós temos secredos, coisas guardadas ora dentro do nosso Eu , ora debaixo de nossas camas, é o nosso cantinho , o nosso Eu mas Eu , onde ninguem nos conheçe, é até preciso tê-lo alias ninguem sai na rua tão transparente que seja possivel vê-lo de fora a dentro como numa RM ou numa Tc, a vida nos presentea com nossa proprias armas, e nos dá nossas proprias guerras , é bem verdade que o é lixo nós varemos e jogamos fora, mas no mundo em que se aproveita tudo, e possivel reciclar o que ainda nos serve, porém é logica o que faz mal, machuca, ou que nos envergonha lançamos no mar do esquecimento, até mesmo porque nosso caráter é formado pelos erros e acertos, e esqueçer nosso proprio lixo, e colocar as mãos nos olhos e tentar não enxergar de onde viemos, e o que fazemos e o que somos...
Tem um trecho de uma musica que fala: " O que Eu ganho ou que Eu perco Ninguém precisa saber..."
com nem sempre e a lógica é racional, vivemos escondidos detro de nossa propria prisão...
Pois é Alê, nem sempre a nossa lógica é tão racional e esse é o barato de sermos seres humanos!
E muito obrigado pelo sábio e muito pertinente comentário, ah proposito toda vez que eu estiver calado com a mão no queixo ou rindo de algo q vc estiver dizendo estarei eu analisando, ops, brincadeirinha! hahahaha
Abração
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